A edição 2023 dos Jogos Mundiais Universitários, a Universíade, realizada na China terminou nesta terça-feira (8) e o Brasil foi ao pódio em 13 oportunidades, com sete medalhas de prata e seis bronze.
Mas o que acabou chamando atenção nos últimos dias foi uma fato denunciado por Antonin Scaff Haddad, ex-atleta universitário e treinador de tênis, que afirmou que o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral, inscreveu o próprio filho, Leandro Cabral, na competição para disputar o torneio de tênis sem ter passado por seletiva.
Os resultado em quadra foram duas derrotas por 6/0, com apenas 14 pontos somados, além de um novo fiasco por 6/0, na dupla, e com raros pontos vencidos. E a denúncia feita por Antonin Haddad é grave, até porque além da questão de nepotismo ainda há o fato de que a CBDU recebe verba pública, através da Lei Agnelo Piva. No ano passado o valor chegou perto dos R$ 24 milhões. Para estar em Chengdu, a CBDU contou com verba do Ministério do Esporte.
Em entrevista ao Lance em 2019, Cabral falou sobre gestão e tempo de mandato, afinal está no poder desde 2005.
— Os gestores geralmente não gostam de falar sobre isso, mas tenho uma opinião formada. O bom dirigente tem de ser avaliado continuamente. Se ele não dá resultado, não é preciso esperar quatro anos para sair. Podem ser quatro dias. Mas se ele dá, deveria permanecer. É claro que não de forma vitalícia, mas por um período razoável, para que possa construir algo — disse Cabral.
Mas como é possível unir este discurso de bom gestor e de pai que inscreve o filho para disputar uma competição do porte da Universíade, onde o Brasil já foi representado por nomes como Alison dos Santos, Paulo André Camilo, Maicon Andrade, Ketleyn Quadros, Arthur Zanetti, Marcelo Chierighini, Martine Grael num passado recente ?
A resposta está com a CBDU e seu presidente. Porém, a entidade já avisou que não irá se manifestar publicamente sobre o caso. Cobrada pelo Ministério do Esporte, a confederação enviou uma resposta sobre a compra da passagem e "critério" que adotou para levar o filho de Luciano Cabral à Ásia.