Vice-campeã olímpica aos 13 anos, campeã do X-Games, duas vezes medalhista de prata no Campeonato Mundial e recordista de vitórias da Liga Mundial de Skate Street, a SLS. Essa é a maranhense Rayssa Leal.
Apontada como um fenômeno do esporte, a menina ganhou fama na internet após a publicação de um vídeo pulando uma escada de Heelflip, em 2015, quando tinha apenas sete anos. As imagens foram enviadas a Tony Hawk, o skatista mais conhecido do mundo, que acabou postando a gravação em uma de suas redes sociais. Hoje, Rayssa Leal tem uma vida de celebridade, mesmo que por muitos momentos sequer perceba o que está acontecendo em sua volta.
Na quinta-feira (18), ela esteve no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Lajeado, onde visitou a fábrica da Docile Alimentos, um de seus parceiros e que tem uma linha de doces exclusiva para ela. Após o almoço, antes de fazer uma visitação ao prédio da empresa e se apresentar ao lado de diversas crianças e atletas de um projeto social local, ela conversou com a coluna.
Como foi pra você vencer a última etapa da Liga Mundial de Skate Street, em Seattle, na última manobra, superando a Pâmela Rosa?
Eu preciso ir num cardiologista depois dessa. Foi muito importante pra mim. Eu estava ali com a minha mãe, depois de uma temporada competindo sem ela, uns quatro campeonatos, e agora eu estava com ela e foi super importante, também estava com a minha equipe, foi superlegal, divertido, estava com minhas amigas, competindo, brincando e andando de skate que é o mais importante. Estava com a camisa do Brasil, que não pode faltar e que foi superessencial pra nós, uma camisa nova, que vai representar muita gente. Fico superfeliz de ter acertado a última manobra e ter pego o primeiro lugar.
Com a conquista em Seattle, você se tornou a maior vencedora da história do circuito com cinco títulos de etapas da SLS. O que isso significa pra alguém tão jovem?
Eu não sabia disso (do recorde). Para mim, é muito importante saber que todo esforço lá de trás, com a minha mãe e a minha equipe está dando certo e trazendo resultados, não só dentro das pistas, mas fora também, evoluindo como pessoa, irmã, atleta e fico muito feliz com isso.
Você se tornou um exemplo para todas as meninas que desejam praticar skate. Como você se sente?
Para mim, foi muito louco porque antes eu me inspirava e ainda me inspiro muito na Letícia Bufoni, uma das minhas maiores ídolas no skate e hoje ela falar pra mim: "Eu me inspiro muito em você, eu gosto muito do seu seu rolê", isso foi para mim é surreal. Saber que as meninas pequenas estão começando a andar de skate e as pessoas mais antigas que falavam que skate era pra menino, não era pra menina de jeito nenhum, hoje estão deixando as filhas andar e até estão andando também. Então, fico feliz de ajudar nessa mudança também.
Você quase competiu em Porto Alegre, em maio, quando uma das etapas do Circuito Brasileiro seria disputada naquela que é a maior pista de skate da América Latina e uma das maiores do mundo. O que você sabe sobre ela?
Quase, por pouco, eu não vim competir. Falam que é uma pista muito boa, inclusive para treinar, que tem muitos corrimões de diferentes alturas e isso é muito bom para o skate. Aqui no Brasil, infelizmente, não tem uma pista com nível igual a de Porto Alegre, mas espero que no futuro tenhamos várias para os meninos e as meninas treinarem. Parece que é muito divertida e eu quero no futuro ir lá, dar um rolezinho com meus irmãos e me divertir bastante.
Quem sabe nesse ciclo para Paris você não vá na pista de Porto Alegre? Aliás, o que você projeta para a próxima Olimpíada, em 2024?
Com certeza (conhecer a pista de Porto Alegre). Eu quero chegar lá (Paris) e me divertir, mas por enquanto tem outros campeonatos e estou focando neles, aprendendo manobras novas, conversando com meus pais sobre manobras, estratégias, que é muito importante e espero chegar em Paris, que é meu objetivo.
A decisão da Liga Mundial de skate street deste ano vai ser no Rio de Janeiro, em novembro. A Super Crown, vai ser realizada na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra. O que você espera do evento?
Para o Rio, estou muito feliz, porque vai acontecer uma etapa no Brasil e tenho certeza que vai lotar e será muito especial para nós brasileiros corrermos e competirmos no Brasil. Espero chegar lá, acertar minhas manobras, fazer umas novas e me divertir.