O futuro já começou. Embalada pela frase da música de fim de ano da Globo, começo esta semana. Ainda impactada pela histórica final do Brasileirão Feminino entre Inter e Corinthians, em que tivemos a quebra do recorde de público no Brasil, com mais de 36 mil torcedores no Beira-Rio. Mulheres protagonistas em um jogo de futebol, diante de um estádio lotado. O que parecia um sonho utópico e distante se realizou agora. Um presente no presente. E o impacto de me deparar com o quanto estamos evoluindo a cada nova geração.
Durante a semana, estive na PUC-RS, no evento chamado Open Campus, em que a universidade abre as portas para milhares de estudantes das escolas da rede pública e privada para que vivam um dia de imersão nos cursos das faculdades pelas quais têm interesse. Começa de manhã e vai até o fim da tarde, com várias palestras simultâneas acontecendo, e a galera participando conforme suas áreas de interesse.
Eu estive em um bate-papo com parte dessa turma na Famecos, a Faculdade de Comunicação, junto com meu colega de RBS Felipe Gamba. Falamos das nossas trajetórias e ouvimos um bocado também. Fique impactada com a maturidade da gurizada de 16, 17 anos. As ponderações e questionamentos eram de quem tem uma visão bem ampla de mundo, considerando a pouca idade. E, mais do que isso, de quem sabe o que quer. E aí não me refiro ao curso que vão escolher lá na hora do vestibular, mas ao estilo de vida que pretendem levar e ao tipo de profissionais que querem ser no futuro.
Em uma conversa informal, nos bastidores, perguntei para um grupo o que eles consideravam sucesso na carreira. As repostas eram sobre uma boa condição financeira, inicialmente, mas mais do que isso, sobre qualidade de vida, fazer o que gosta, com propósito, em uma rotina que permita cuidar de si mesmo também, da saúde mental e física.
Naquele dia do Open Campus, depois da palestra, voltei à PUC, mas para ir à academia do parque esportivo, que frequento todos os dias, e naquela tarde estava muito mais cheia do que o normal. Os estudantes que participaram do evento foram convidados a experimentar aquele espaço. Mas, a não ser que buscassem informações sobre os cursos de educação física ou fisioterapia, porque "perder tempo" naquele lugar? Na minha urgência de produtividade, não entendia porque tendo apenas um dia eles dedicariam algumas horas a correr na esteira ou experimentar uma máquina nova de musculação.
Puxei papo com uma menina para entender. Ela pretende cursar Engenharia de Produção. Já tinha participado de diversas palestras e estava "descansando um pouco a cabeça" - palavras dela. "Porque também é algo super importante", ainda complementou, me explicando. Concordei e segui com meu treino pensando o quanto tenho de aprender com essa turma que serão os profissionais do futuro que, sim, já começou.