Responde: Bruno Laviola, pesquisador da Embrapa Agroenergia
A resposta é simples. A soja é a oleaginosa com maior escala de produção para atender a demanda. Além disso, é uma planta com alto desenvolvimento tecnológico e com logística de distribuição ampla – podendo abastecer usinas em diferentes regiões do país.
A segunda matéria-prima mais usada é o sebo bovino, com 17% de participação. Os outros 8% se dividem entre azeite de dendê, algodão, canola e outros óleos – como gordura animal.
A canola, por exemplo, tem cerca de 50 mil hectares cultivados no Sul, representando menos de 0,1% do óleo usado para produção de biodiesel.
A projeção é de que 3 milhões de hectares poderiam ser ocupados com a cultura no RS, reduzindo a ociosidade do uso do solo no inverno. Se esse número fosse alcançado, a canola poderia chegar de 10% a 15% de participação no mercado de biodiesel.
Há outras culturas que também poderiam ser ampliadas para reduzir a dependência da soja. A questão é que o preço da oleaginosa tem de ser compatível com o do biodiesel.