Responde: Dr. Eros Francisco, diretor-adjunto do International Plant Nutrition Institute e da iniciativa Nutrientes para a Vida
A diferença sobre a melhor fonte de fertilizantes – se natural ou sintética – está mais relacionada à forma como são utilizados os fertilizantes do que a sua natureza, já que ambos disponibilizam os mesmos elementos químicos. É errado imaginar que a planta faz distinção entre o cátion do esterco bovino e o cátion do superfosfato simples. A maior diferença entre as fontes está na concentração de nutrientes. A adubação de uma lavoura de arroz, por exemplo, demandaria a aplicação de toneladas de esterco por hectare. Já com o fertilizante mineral, seria preciso uma centena de quilos.
A longo prazo, a pesquisa agronômica precisa desenvolver materiais genéticos mais adaptados regionalmente, levando em conta as condições de solo e de clima, e mais eficientes na conversão de insumos (energia, água e nutrientes). Além disso, os agricultores devem adotar as melhores práticas de manejo para aperfeiçoar o uso dos fertilizantes e demais insumos, mantendo o foco na atividade que executam de alimentar as pessoas e garantir um lugar melhor para todos no futuro.