Dono de uma queijaria em Farroupilha, na Serra, Marcelo Somacal, 40 anos, tem pouco tempo livre para falar sobre os negócios da banca de sua agroindústria na 40ª Expointer por conta da aglomeração de clientes em frente ao local. Entre um atendimento e outro ao público que visita o Pavilhão da Agricultura Familiar, busca uma brecha para relatar que as vendas no evento devem crescer de 30% a 40% em relação ao ano passado.
– O movimento está muito bom. O produto que os clientes mais compram é o queijo do tipo colonial – comenta o produtor.
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A queijaria de Somacal é um dos 201 empreendimentos que estão oferecendo produtos no pavilhão. Nos primeiros quatro dias da Expointer, que começou no sábado, as vendas totais chegaram a R$ 912,2 mil, alta de 29% em relação ao mesmo período de 2016, conforme a Secretaria do Desenvolvimento Rural. No espaço, é possível encontrar outros produtos, como cucas e embutidos, além de itens do artesanato rural e indígena.
O comerciante Neocir Baratto, 54 anos, que mora em Canoas, na Região Metropolitana, foi um dos visitantes que foram ao Parque de Exposições Assis Brasil prestigiar a produção colonial. Até o próximo domingo – último dia da feira em 2017 –, diz que pretende retornar.
– Para mim, o que vem de agroindústrias familiares é mais saudável. Os alimentos têm seu sabor preservado – destaca Baratto, que comprou geleia e salames.
Dona de uma agroindústria de Pinto Bandeira, na Serra, Cirley dos Santos Lorenzatti, 60 anos, participa como expositora na Expointer pela nona vez seguida. Na feira, vende geleias e frutas cristalizadas. E afirma que o faturamento de sua banca vem aumentando ano a ano.
– Trabalho aqui sozinha, das 9h às 20h – sublinha.
No pavilhão, também há expositores que estão trabalhando pela primeira vez na feira. Uma delas é Andressa Fioresi, 28 anos, proprietária de uma agroindústria de embutidos em Tupanciretã, na Região Central, que produz salame e torresmo.
– Tem bastante gente, e o movimento está bom – avalia Andressa.
Segundo a secretaria, em torno de 16% dos empreendimentos do pavilhão vendem somente itens orgânicos. Presidente de uma cooperativa de Garibaldi, na Serra, Jorge Luís Mariani, 46 anos, é um dos expositores que se enquadra nessa parcela. Na Expointer, vende vinhos e sucos orgânicos.
– As vendas até o momento surpreenderam. A alta chegou a 20%. O produto mais procurado aqui é o suco de uva orgânico – destaca.