A safra da uva 2015/2016 em São Sepé, na Região Central, enfrenta quebra de até 85% por causa do mau tempo. Os dados foram divulgados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) esta semana.
Conforme o chefe do escritório municipal da Emater, Paulo Silva, produtores que colheram 13 toneladas na safra passada acabaram colhendo apenas duas nesta. Ele avalia que a geada, o granizo e a chuva que atingiram o município ano passado prejudicaram a safra, já que aconteceram nos períodos de brotação e floração.
Silva aponta que a área de plantação em São Sepé gira em torno de 12 hectares com produção de 10 toneladas por hectare. Na última Feira da Uva, o produtor vendia o quilo por R$ 3,50. Tomando como exemplo o que colheu 13 toneladas, ele arrecadou cerca de R$ 45,5 mil. Com uma quebra de 85%, o cálculo aponta para uma receita de R$ 6.825 - um prejuízo de R$ 38.675. Se multiplicarmos o valor por 15, que é o número de produtores, o valor do prejuízo chega até R$ 580.125.
O baque no bolso só não foi mais forte, conforme Silva, porque a produção de uva não é a atividade principal dos agricultores.
Questionado quanto a políticas públicas para amenizar os danos, Silva disse que os produtores não fazem financiamento, ou seja, arcam com o custo do próprio bolso, o que dificulta a prestação de auxílio. Ainda assim, ele vê de forma cética a possibilidade de uma política pública ainda que tivessem financiado.
As plantações começam normalmente em julho e a colheita começa entre novembro e dezembro, se estendendo até fevereiro. O mau tempo do ano passado, na avaliação da Emater, não é típico da região de São Sepé.