As linhas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) agrícola estão com prazo de validade por vencer - e, em alguns casos, já vencido. Aos produtores interessados em usar o financiamento, o tempo é curto: termina na sexta, no sistema convencional. E acabou na última segunda para o sistema simplificado.
Criadas para fazer frente à crise econômica internacional de 2008, as linhas de financiamento do PSI foram fundamentais para o agronegócio. Com juros subsidiados, permitiram ao produtor fazer investimentos em tecnologia. Mais do que isso, impulsionaram o setor de máquinas e implementos, que engatou um ritmo acelerado, alcançando recordes de vendas.
Com a torneira de recursos fechando, a já delicada situação da indústria, que acumula queda de dois dígitos nos negócios em 2015, pode ficar ainda mais complicada. E o reflexo pode vir na forma de mais demissões.
Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Sul, conforme projeção do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), metade do faturamento nas empresas do segmento vem dos financiamentos do PSI.
- Com isso, fica só o financiamento do Moderfrota. Se o governo não colocar dinheiro nessa linha, será muito ruim para o setor - avalia Claudio Bier, presidente do Simers.
A razão para o encerramento do PSI antes do prazo previsto vem dos cortes de orçamento. Conforme o BNDES, o Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu em R$ 30,5 bilhões o limite de equalização do PSI. Com isso, o banco viu a cifra de R$ 50 bilhões disponíveis encolher para R$ 19,5 bilhões. E teve de redistribuir os novos números entre todas as áreas.
Quem sai perdendo com isso é justamente o setor que vem segurando as pontas da economia brasileira.