Para o consumidor, o programa Leite Saudável, lançado em Brasília com a previsão de investimentos de R$ 387 milhões em cinco Estados brasileiros, representa mais uma ação para garantir a qualidade. Para o produtor, é a chance de buscar qualificação, ampliando produção e renda. E para o governo federal, é a oportunidade de dar um passo à frente na meta de ampliar a classe média rural. Desde que assumiu o comando do Ministério da Agricultura, Kátia Abreu tem batido nesta tecla. Não por acaso o foco do projeto é quem tem produção diária de 50 a 200 litros de leite.
- No meio urbano, 56% da população é da classe média. No meio rural, apenas 12% - reforça Caio Rocha, coordenador do programa e secretário do Produtor Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura.
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Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina serão contemplados com recursos para treinamentos e assistência técnica. Segundo maior produtor nacional, o RS terá fatia de R$ 80 milhões para 132 municípios no Norte e Noroeste. Ao todo, 18 mil propriedades deverão ser atendidas. O objetivo é ampliar a média diária, - hoje 10,6 litros no Estado.
Conforme Rocha, ações de assistência técnica e treinamento - em parceria com Sebrae e Senar - começarão a ser desenvolvidas a partir do dia 15. O pacote inclui ainda inseminação de animais.
Apesar de oficialmente atendidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, pequenos produtores estão tecnicamente aptos a participar da seleção para o programa. Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul), Cleonice Back afirma que incentivos para ampliar qualidade e volume são importantes, já que "agricultores com menos de cem litros por dia estão sendo excluídos":
- Mas é preciso ir além disso. Uma das nossas propostas é a de que freteiros sejam remunerados por quilômetro-rodado e não pelo volume entregue.