A 34ª edição do Freio de Ouro sagrou campeões dois animais que estrearam nas pistas esse ano. E com a pata direita. Os vencedores da principal prova da raça de cavalos crioulos no país também conquistaram, em abril, o Bocal de Ouro 2015, a mais importante classificatória para a grande decisão que ocorreu, neste domingo, no primeiro final de semana da Expointer.
Diante das arquibancadas lotadas, como de costume, a competição, que valoriza beleza e funcionalidade dos animais, foi decidida na reta final, na prova da paleteada, quando o novilho é prensado e conduzido pelos cavalos. Cerca de 20 mil pessoas acompanharam a final.
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Entre as fêmeas, a campeã foi Jotace Utopia, irmã de Jotace Tranca, que venceu o Freio de Ouro no ano passado. Montada pelo ginete Raul Lima, a égua gateada, que vai completar sete anos, obteve média final de 22,655 e deu o bicampeonato para a cabanha Jotace, de Barra do Quaraí. Aos 77 anos, João Juraci Cantarelli, proprietário da cabanha, não conteve as lágrimas ao saber do resultado.
- A emoção é muito grande. Ganhamos no ano passado e agora novamente. Dois anos consecutivos não é fácil. É a recompensa de um trabalho que a gente vem fazendo na cabanha - afirmou o também produtor de arroz e dono de um plantel de mais de cem animais da raça crioula.
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Para o jurado Francisco Martins Bastos Sobrinho, a disputa entre as fêmeas foi competitiva do primeiro ao último dia de provas, e os exemplares conquistaram uma média "muito difícil de ser superada". Sobre o fato de os dois animais campeões terem vencido também o Bocal, ele afirmou:
- Isso significa que estamos no rumo certo. Os cavalos mais novos tem mais chance, não têm tanto vícios.
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Já entre os machos o primeiro lugar ficou com JA Libertador, de propriedade de um condomínio que reúne 15 cabanhas do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. O animal de apenas três anos foi comprado da Fazenda Santa Edwiges, de São Lourenço do Sul, por aproximadamente R$ 1,6 milhão, conforme Felipe Johansson, da cabanha SNC, de São José dos Pinhais (PR). O criador disse que ainda não sabe se o cavalo vai voltar a disputar o Freio de Ouro no ano que vem e que, por enquanto, o plano é que animal "seja um baita pai".
Com média final de 21,530, JA Libertador foi montado pelo experiente Milton Castro, conhecido como "Schumacher de Camaquã". No domingo, o maior vencedor da história do Freio de Ouro aumentou o número de troféus: são oito títulos em 19 anos disputando o Freio de Ouro.