É com a pressão da força feminina que os agricultores familiares esperam conseguir, finalmente, o decreto do governo federal com modificações nas regras para o crédito fundiário no país. A reivindicação é antiga, assim como a promessa de que saia. O assunto já estava na pauta entrege durante o Grito da Terra.
Dólar alto e juro maior às vésperas do plantio deixam agricultores cautelosos para a safra de verão
A expectativa é de que o anúncio venha nesta quarta-feira, segundo dia da Marcha das Margaridas, que levou mais de 500 agricultoras do Estado a Brasília. Nesta terça, estiveram em ato no Ministério da Fazenda.
- O crédito fundiário não substitui a reforma agrária, mas é um complemento. Nossa maior preocupação é com os filhos de agricultores - pondera Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
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No Rio Grande do Sul, conforme a entidade, de 30% a 35% dos pequenos produtores e seus filhos não têm terra. Só no arroz, mais de 35% dos agricultores plantam em propriedades de terceiros.
- O governo garantiu no Plano Safra que as mudanças seriam anunciadas em 30 dias. Isso foi em junho. As informações que temos é de que vão anunciar alguma coisa - pondera o deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS), que acompanhou o movimento em Brasília.
Ajustes entre os pedidos feitos e as concessões possíveis deverão ocorrer.
Por exemplo: a renda bruta anual considerada para a liberação de recursos de crédito fundiário para a agricultura familiar é de R$ 15 mil ao ano. A solicitação era para ampliação a R$ 60 mil, mas a negociação, segundo o presidente da Fetag-RS, estaria fechada em quase R$ 30 mil - nesse caso, de renda líquida.
Outro ponto refere-se ao teto de financiamento - hoje de R$ 80 mil, com pedido de R$ 200 mil e em negociação para chegar a R$ 140 mil, sem contar despesas com cartório e assistência técnica.
Entram ainda nas reivindicações a manutenção da atual taxa de juros (2%)e os rebates de 20%, além da elevação do patrimônio mínimo para R$ 100 mil.
A esperança é de que a presidente Dilma Rousseff ouça o apelo vindo da Marcha das Margaridas, que nesta quarta vai em direção ao Palácio do Planalto. É esperar para ver se o tão aguardado decreto vai mesmo florescer.
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