A divulgação do balanço da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) de 2014 revelou que a companhia fechou o ano, mais uma vez, no vermelho. Apesar de persistir, o prejuízo no exercício diminuiu de tamanho: ficou em R$ 25,32 milhões, ante R$ 62,67 milhões do ano anterior.
Resultado que não é obra do acaso, na avaliação do ex-presidente Márcio Pilger, que esteve à frente da estatal de abril de 2013 até o fim do ano passado.
Para Pilger, entre 2009 e 2014, a Cesa foi submetida "a ações de gestão":
- Era coisa que não se tinha há 20 anos. Se repetir a mesma lógica de 2014, em 2015, poderiamos ter um ano sem prejuízo.
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Atual presidente da companhia, Carlos Kercher reconhece que houve avanço na gestão anterior na geração de receita operacional. Diz que agora vai buscar superar obstáculos existentes, para tentar manter a estatal viável. Entre as metas a serem perseguidas, afirma, está a de redução das perdas na armazenagem. Outras ações terão como foco ampliar a quantidade de produto armazenado - a capacidade é de 600 mil toneladas - e o número de clientes. A ideia é fazer o resultado operacional bruto voltar a crescer: passou de R$ 5,8 milhões em 2013 para R$ 2,11 milhões em 2014.
O maior problema da estatal seguem sendo dívidas e passivos - entre os quais pesam os trabalhistas - acumulados ao longo de anos.
O patrimônio líquido ficou em R$ 257 milhões negativos. Diminuir essa negatividade, segundo Kercher, também é um objetivo. Para isso, a negociação com o BRDE, com quem a estatal tem dívida de R$ 56,8 milhões, é apontada como fundamental - cálculo pericial feito a pedido da Cesa indicou que a quantia seria menor, R$ 18,53 milhões.
- Independentemente do valor, essa negociação é fundamental para o resultado de 2015 - avalia o atual presidente.
Diagnóstico com propostas e avaliação da entidade deve ser apresentado ainda nesta semana ao governo. É de lá que virá o indicativo se ainda há futuro para a Cesa.