Por decisão unânime, o conselho de administração da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS) decidiu que vai tentar abrir negociação com a Monsanto para redução da cobrança dos royalties da segunda geração de soja transgênia, a Intacta RR2.
A informação de que a entidade tomaria posição sobre o tema foi antecipada por Zero Hora na segunda-feira.
Ontem, houve entendimento dos cinco conselheiros e de dois diretores da entidade de que há espaço para conversar com a empresa. Grupo de trabalho, formado por conselheiros, diretores e áreas comercial e jurídica vai tentar marcar reunião com a multinacional para tratar do assunto.
Dois pontos estão na mira: o pagamento sobre a produção, com a sugestão de que seja feito apenas na aquisição da semente, e a diminuição do valor por hectare, de R$ 118.
A lógica da proposta é garantir a remuneração pelo desenvolvimento da tecnologia, mas com um valor que não seja considerado excessivo.
A preocupação, segundo a entidade, é que, com o alto custo atual, muitos produtores gaúchos optem por salvar a semente por conta própria.
- Achamos que nossa proposta é boa em todos os sentidos. Remunera quem cria a tecnologia e incentiva uso da semente legal - observa Paulo Pires, presidente da Fecoagro.
A Monsanto ainda não se manifestou sobre o assunto. A segunda geração de soja transgênica entrará na safra 2015/2016 em seu terceiro ciclo comercial. Os valores de royalty foram definidos no primeiro.
A Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrassem) diz ver com preocupação o posicionamento sobre a cobrança na produção (a chamada cobrança na moega).
- Foi fundamental para organizar o modelo de sementes no Brasil. Sem pagamento na moega, o produtor salva semente - entende Narciso Barison Neto, presidente do conselho de administração da Abrasem.