O foco da audiência pública foi de fato a filantropia da Emater e, com relação à importância da manutenção do mecanismo, o coro é um só. Mas um outro assunto não passou batido pelos corredores do teatro Dante Barone, na Assembleia, e entrou na fala de parlamentares e representantes de entidades. É a possibilidade de corte de funcionários diante da redução no orçamento imposta pelo governo do Estado.
Nesta quinta-feira à tarde, em reunião do Conselho Técnico Administrativo da Emater, foi aprovado o formato do programa de desligamento incentivado. Conforme o presidente da Emater, Clair Kuhn, a meta de adesão é entre 150 e 250 pessoas.
No perfil dos que podem se voluntariar para a demissão, funcionários com mais de 25 anos de serviço, aposentados que seguem trabalhando e mulheres com mais de 55 anos e homens com mais de 60 anos. Se encaixam nessas características cerca de 400 trabalhadores do atual quadro - que tem um total de 2,54 mil funcionários.
O prazo aberto para a adesão será de 1º a 30 de maio. As indenizações previstas variam conforme a previsão de pagamento - à vista, em 12 ou 24 vezes.
- É medida de gestão para dar suporte à diminuição de recursos - afirma Kuhn.
O orçamento estadual aprovado para a Emater é de R$ 202 milhões. Para a folha de pagamento são necessários R$ 221 milhões.
O formato do programa aprovado ontem não agradou a Associação dos Servidores da Ascar-Emater. O presidente da entidade, Osvaldo Guadagnin, prevê pouco interesse. Se isso ocorrer, estratégias terão de ser repensadas. De um jeito ou de outro, significa estrutura mais enxuta.
- A qualidade não será comprometida, temos um bom quadro - entende Kuhn.