Vem do presidente da Emater, Clair Kuhn, um exemplo de como o efeito de uma safra cheia - neste ano com direito a novo recorde - aparece em toda a economia. Nesta quarta-feira, a entidade revigorou os ânimos do Estado ao confirmar produção de grãos histórica: 30,8 milhões de toneladas, somadas culturas de inverno e de verão.
O resultado apresentado agora ainda é uma estimativa. A colheita está em pleno andamento e também depende de tempo bom para que seja feita sem percalços. Mas é o dado mais aproximado da realidade que se vê no campo e mostra que o rendimento da soja, com produção 13,78% maior, fez toda a diferença.
- Parte do pagamento da minha casa foi com sacas de soja - conta Kuhn, que é natural de Quinze de Novembro, onde a família tem propriedade.
Histórias como essa se multiplicam. Indústrias direta ou indiretamente ligadas ao setor são impactadas de maneira positiva, serviços e comércio também - agricultor com dinheiro no bolso realiza investimentos dentro e fora do campo.
Diretor técnico da Emater, Lino Moura acrescenta um dado da Secretaria da Fazenda que só reforça a importância da atividade para o Rio Grande do Sul. Dos 497 municípios do Estado, 323 tem mais de 50% do valor agregado vindo da produção primária.
- Uma boa safra de grãos gera produtos, alimentos para as pessoas, energia. Mais uma vez, a agricultura demonstra que é importante para a nossa economia - completa o secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Tarcisio Minetto.
Mesmo com o otimismotrazido pela colheita, é preciso que o produtor mantenha o pé no chão e se planeje. Se a valorização do dólar é positiva neste momento para quem ainda não vendeu a safra, na hora de comprar os insumos da próxima, isso significará custos mais altos.