Em tempos de crise política, a presidente Dilma Rousseff colocou no roteiro nesta sexta-feira uma participação na abertura oficial da colheita do arroz orgânico no Rio Grande do Sul.
A cerimônia simbólica, que neste ano é realizada em Eldorado do Sul, marca o momento em que produtores começam a ver de perto o resultado do ciclo iniciado no ano passado.
O volume produzido e a área cultivada com arroz orgânico ainda são pequenos, comparados ao convencional. Conforme Emerson Giacomelli, coordenador da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), o crescimento médio, no entanto, é de 20% ao ano (em número de famílias, lavouras, área e produção).
- Há um grande espaço para crescer.
O consumidor tem interesse no produto - afirma Giacomelli.
Nos 16 assentamentos do Estado, localizados na Região Metropolitana, no Vale do Caí, Vale do Taquari, Vale do Sinos, Litoral, Centro-Sul, na Campanha e Fronteira Oeste, a área cultivada com arroz orgânico - ou seja, sem uso de defensivos - somou 5 mil hectares no ciclo 2013/2014.
A produção foi de 480 mil sacas de 50 quilos ( 23,8 mil toneladas) e envolveu cerca de 500 famílias.
Na Cootap, o preço pago ao produtor costuma ser 15% a mais do que o preço do dia, segundo Giacomelli.
A cooperativa beneficia o arroz, que tem como destino as compras de merenda escolar e feiras. Neste momento, a entidade também se prepara para colocar o grão em supermercados.
Além da colheita, realizada no assentamento Integração Gaúcha, haverá a inauguração de uma unidade de secagem de grãos no assentamento dos Lanceiros Negros, também em Eldorado do Sul. O silo tem capacidade para 100 mil sacas de arroz.
- Vamos mostrar o que está sendo feito nos assentamentos e reafirmar demandas entregues no início do ano, como os pedidos por infraestrutura e a retomada dos programas habitacionais - completa Giacomelli.