Marfrig e representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação em Alegrete sentam-se à mesa nesta terça-feira, na Capital, para uma reunião de conciliação. No Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, tentarão chegar a consenso em relação à suspensão das atividades do frigorífico no município da Fronteira Oeste, que coloca em risco 623 empregos.
Nesta segunda-feira, o juiz José Carlos Dal Ri, da Vara do Trabalho de Alegrete, concedeu liminar que suspende as demissões até que se chegue a um acordo. Se não vier até 4 de fevereiro, data prevista para a paralisação - e também dia em que 580 funcionários retornam de férias coletivas -, a empresa terá de arcar com a licença remunerada dos empregados. A pena em caso de descumprimento é multa de R$ 100 milhões. A legislação brasileira não permites demissões coletivas sem acordo.
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A liminar atende solicitação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Conforme a procuradora Fernanda Arruda Dutra, vários motivos embasaram a ação civil pública. O primeiro é o peso que a unidade tem para o município:
- É o segundo maior empregador, atrás da prefeitura. O fechamento afeta a economia do município.
Há ainda a questão da negociação coletiva mantida pelo Marfrig que, na visão de Fernanda, foi de "faz de conta". Outro ponto que intriga o MPT e que será cobrado na reunião desta terça é o fato de a empresa parar os abates e manter a planta.
A proposta para que outra marca assuma as operações vem sendo feita por diferentes entidades, mas ainda não teve uma resposta definitiva da Marfrig.
- A ideia é achar uma solução séria, efetiva - completa a procuradora, com relação à reunião de conciliação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Alegrete, Marcos Rosse, acha difícil que, mantidos os termos atuais, seja possível chegar nesta terça a uma solução capaz de satisfazer trabalhadores e empresa.
O que é um problema, já que há muito além dos 623 empregos em jogo neste impasse.