Em eleição marcada por reviravolta judicial, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) confirmou nesta quarta-feira a permanência por mais três anos à frente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A chapa única recebeu 21 votos favoráveis, entre as 27 federações do país. Mesmo com cinco abstenções e um voto em branco - o da federação paranaense que contestou o pleito na Justiça -, o resultado evidenciou a forte influência da ruralista sobre o agronegócio brasileiro.
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Representando a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) na eleição em Brasília, o 1º vice-presidente Gedeão Pereira justificou o voto na chapa única como maneira da entidade gaúcha participar das decisões e até mesmo "combater algum desvio de conduta, se for o caso".
- Mesmo com algum descontentamento, preferimos integrar a diretoria a ser dissidentes - disse Gedeão.
O descontentamento citado por Gedeão refere-se à manifestação pública da senadora em apoio à reeleição de Dilma Rousseff, inclusive com aparições na televisão durante o horário eleitoral na semana passada.
- Essa aproximação entre as duas foi útil em determinados momentos, trouxe favorecimento ao setor em políticas de crédito agrícola, por exemplo. Mas essa postura, agora, desagradou à classe - reconhece.
O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, integra a diretoria eleita como um dos cinco vice-presidentes. Ontem à tarde, em Porto Alegre, a entidade gaúcha realizou assembleia e ratificou a posição de neutralidade em relação à disputa eleitoral no segundo turno para governador e Presidência da República.
- Não temos candidato A ou B - disse Sperotto.
Sobre a reeleição de Kátia Abreu na CNA e eventuais críticas à conduta da senadora, afirmou que "as urnas falaram por si".