Passado mais de um mês da abertura de negociação para manter funcionando o frigorífico da Marfrig em Alegrete, trabalhadores e pecuaristas estão apreensivos diante da ausência de um sinal claro de permanência da indústria na cidade. Fato relevante divulgado pela empresa na sexta-feira, e retificado ontem, provocou especulações.
No documento, a Marfrig afirma que avalia a possibilidade de transformar os contratos de aluguel de cinco unidades no país, das quais duas no Estado (Capão do Leão e Mato Leitão), em propriedades da empresa. Mas a planta de Alegrete, também arrendada do Frigorífico Mercosul, não foi citada no comunicado.
- Estranhamos o interesse em comprar duas plantas que estão paradas (Capão do Leão e Mato Leitão), enquanto temos uma unidade na ativa com indefinições - disse o presidente do Sindicato Rural de Alegrete, Pedro Piffero, ao destacar que o frigorífico de Alegrete é o unico do Estado credenciado para exportar carne bovina à China.
Em nota, a Marfrig esclareceu que a planta de Alegrete não consta no fato relevante em razão de o Frigorífico Mercosul ter somente o direito de uso e não a propriedade da unidade. Informou ainda que a empresa tem o desejo de comprar a unidade até 2031.
Quando voltou atrás na decisão de encerrar as atividades em Alegrete, após intervenção do governo estadual, a Marfrig apresentou uma pauta com 14 itens a serem revistos - envolvendo desde tributos, impostos, financiamentos até sanidade.
Na próxima terça-feira, as "exigências" serão colocadas na mesa em reunião entre a indústria, pecuaristas e representantes dos governos estadual e federal. O encontro será durante a Exposição Agropecuária de Alegrete, que ocorre de 13 a 19 de outubro.
- Queremos alinhavar a conversa com todos os envolvidos para avançar com confiança - resume Piffero.