Depois das dificuldades enfrentadas na venda da safra passada, quando a colheita somou recorde de 3,35 milhões de toneladas, os produtores de trigo do Estado resolveram se antecipar, pedindo ao governo a liberação de recursos para ajudar a garantir preços nas negociações do cereal na atual temporada.
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Ao circular pela Expointer, em Esteio, nesta quinta-feira, o ministro da Agricultura, Neri Geller, garantiu a liberação de R$ 350 milhões para operações com objetivo de escoar a produção gaúcha. Desse total, R$ 200 milhões serão colocados à disposição nas chamadas Aquisições do Governo Federal (AGF).
Outros R$ 150 milhões servirão para os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).
- Irá contemplar todo o excedente - afirmou Geller.
Ainda que a liberação atenda a reivindicações que vinham sendo feitas pelo setor, há um entendimento diferente sobre o volume da produção que será possível negociar com a ajuda desses mecanismos.
Economista da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecogaro), Tarcísio Minetto avalia que esses valores permitirão escoar 2,5 milhões de toneladas.
- Achamos que serão necessários mais recursos - afirma Minetto.
Os preços do cereal em queda mostram a razão para a preocupação e para os pedidos do produtor. No ano passado, em setembro, a saca de 60 quilos estava valendo, em média, R$ 38. Neste ano, gira em torno de R$ 28.
A atual produção gaúcha poderá somar 3,03 milhões de toneladas, conforme estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento. A questão é que ainda existe trigo do ano passado por vender.
- É preciso atender a safra que está represada - diz Carlos Sperotto, presidente da Federação da Agricultura do Estado.