O reforço que muitos bancos estão fazendo no segmento do agronegócio tem efeito positivo para os produtores. Quando a concorrência cresce, quem sai ganhando é o cliente, que tem mais opções a sua disposição.
Instituições financeiras sem tanta tradição na carteira rural vêm concentrado esforços para atender a esse segmento.
Referência em crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal vem investindo em linhas de financiamentos para projetos do campo já há algum tempo.
O banco privado Santander é outro exemplo. No primeiro semestre deste ano, o volume de recursos liberados para o produtor cresceu 12,3% em relação a igual período do ano passado.
- O setor tem peso significativo. Existe toda uma cadeia em torno da agricultura - avalia Walmir Segatto, superintendente comercial de agronegócios do Santander.
Para dar conta do recado, o banco montou uma estrutura que conta com o apoio de 120 escritórios técnicos - além de 20 agrônomos que promovem os negócios em feiras. O objetivo é dar suporte para elaboração dos projetos nas exigências que vão além da aprovação financeira, como nas linhas voltadas à armazenagem e à irrigação, por exemplo. Há ainda 14 núcleos descentralizados no Brasil, dois dos quais no Rio Grande do Sul - em Passo Fundo e Pelotas - atuando especificamente nas operações do setor.
Para quem tem a liderança do crédito rural, essa concorrência é vista como movimento natural do mercado. No país, 65% do crédito rural é liberado via Banco do Brasil (BB). No Estado, é um pouco maior: 70%.
- Quem ganha com isso é o produtor, que tem mais ofertas de acesso a crédito - entende João Paulo Comerlato, gerente de mercado agronegócios da superintendência regional do BB.