Esta sexta-feira promete definir os rumos da negociação em torno das demissões decorrentes da suspensão temporária das atividades do frigorífico da Marfrig em Alegrete. A audiência marcada na superintendência do Ministério do Trabalho, na Capital, com a auditora Ana Torelly, de Uruguaiana, pode ser a última cartada antes de um possível litígio entre as partes envolvidas - funcionários e empresa.
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O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do município da Fronteira Oeste não aceita os termos apresentados até agora e está com denúncia pronta para apresentar ao Ministério Público do Trabalho (MPT), sob a alegação de demissão em massa - são 680 funcionários que correm o risco de serem despedidos.
- Cogitamos, sim, a possibilidade de entrar na Justiça. Não há indústria no município que possa absorver essa quantidade de trabalhadores - diz Marcos Rosse, presidente do sindicato.
Se as demissões ocorrerem, também serão preparadas mobilizações em Alegrete. O que o sindicato quer está claro: ou a Marfrig mantém as operações ou libera a unidade para outra empresa seguir com os abates.
- Vamos aguardar a audiência de hoje (sexta-feira). Se forem consumadas as demissões, teremos de acionar mecanismos de proteção social - afirma Claudio Fioreze, secretário da Agricultura, que esteve ontem em Alegrete reunido com representantes de indústria, produtores e o prefeito.
Por mecanismos de proteção social, refere-se a encaminhamento para programas como Pronatec e RS Mais Igual.
Em tese, o MPT pode intermediar uma conciliação em situações como essa e até entrar com uma ação solicitando a suspensão as demissões. Depende da avaliação do procurador que receber a denúncia. Precedentes na Justiça do Trabalho mostram que a dispensa coletiva só pode ocorrer após negociação prévia com a categoria.