Dados do primeiro semestre deste ano mostram que o produtor gaúcho segue antecipando as compras de fertilizantes, embora em um ritmo menos acelerado do que em igual período do ano passado.
A quantidade negociada no Rio Grande do Sul de janeiro a junho soma 1,32 milhão de toneladas, volume 4,3% maior do que nos primeiros seis meses de 2013. No acumulado até maio de 2014, o crescimento era de 10%.
As vendas, no entanto, tiveram uma interrupção no ritmo. Em junho, caíram 9,4% na comparação com igual mês do ano passado. A chuvarada registrada no Estado e a desvalorização das commodities estão entre as razões apontadas para esse cenário.
Há que se considerar, ainda, o fato de a base de comparação ser alta, ressalta o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Estado (Siargs), José Carlos Cavalheiro Carvalho.
Para o ano, a estimativa é de que se possa repetir no país o resultado de 2013, quando foram comercializadas 31,08 milhões de toneladas.
Não há dúvidas de que a alta na venda de fertilizantes está associada ao fato de o produtor ter mais dinheiro no bolso, depois de duas safras cheias.
- O agricultor profissional está com o produto em casa. Se não todo, pelo menos uma parte - avalia o presidente do Siargs.
Quem antecipa as compras para a safra de verão também sai ganhando porque gasta menos. No período tradicional de vendas, que se concentra entre os meses de agosto e setembro, como a demanda cresce, até o frete fica mais caro.
Nesta equação há que se considerar ainda o efeito da variação do dólar, já que 95% dos fertilizantes são importados. Mas o investimento é importante para colher bons resultados no campo, entende Carvalho:
- Nos últimos anos, ficou comprovado que o incremento de tecnologia se traduzirá em maior produtividade.