Passados mais de dois meses da quinta etapa da Operação Leite Compen$ado, produtores ainda lutam para conseguir receber os pagamentos por matéria-prima entregue às empresas Hollmann Laticínios, de Imigrante, e Pavlat, de Paverama. As duas são investigadas na ação do Ministério Público Estadual por suspeita de adulteração do produto. E o pagamento, ao que tudo indica, deve demorar ainda mais.
- Muitos produtores entraram com ações. Eles não estão recebendo e o patrimônio deles é pequeno - diz Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
A maior parte desses fornecedores são produtores familiares, com pequenos plantéis e que, em muitos casos, precisam se desfazer do patrimônio - até mesmo dos animais - para ficar em dia com suas contas.
Em decisão de primeira instância, a Justiça atendeu o pedido de ação civil pública, da Promotoria de Defesa do Consumidor e da promotoria de Teutônia, para bloquear os bens da Hollmann e do proprietário, preso durante a operação, no dia 8 de maio.
Mesma requisição foi feita para a Pavlat. Segundo o promotor Alcindo Bastos Filho, essa solicitação costuma ser feita para garantir futuras indenizações.
No caso da Hollmann, há ainda outra situação a se considerar: a empresa entrou com requerimento de recuperação judicial, que está sendo analisado.
Se for aceito, implicará a apresentação de um plano de pagamento no prazo de 60 dias. Há uma sinalização de que a opção seja pelo arrendamento da unidade - a exemplo do que ocorreu com a antiga VRS Indústria de Latícinios, em Estrela, arrendada por um grupo de empresários.
A Pavlat chegou a se reunir com grupo de produtores para tentar fazer uma agenda de pagamentos. Conforme a assessoria da empresa, a unidade, no entanto, está praticamente sem operação. Apenas parte dos compromissos estaria, então, sendo cumprida.