Mesmo que os bons prognósticos feitos para a produção americana de soja tenham provocado impacto negativo sobre os preços da commodity no mercado global, a rentabilidade do grão ainda aparece como diferencial na hora de planejar o cultivo de verão.
O primeiro levantamento feito pela Safras & Mercado com a intenção de plantio para o ciclo 2014/2015 mostra que, mais uma vez, a soja vai avançar pelas lavouras brasileiras. Em muitos casos, fazendo encolher a área do milho. Esse movimento já vinha ocorrendo e deve se repetir no Rio Grande do Sul.
Com base em dados fornecidos por produtores, cooperativas e empresas do setor, a projeção é de que a área no RS possa crescer 4%, superando pela primeira vez a marca dos 5 milhões de hectares - alcançaria 5,2 milhões.
Da mesma forma, se o tempo ajudar, a produção chegaria a um novo patamar recorde, de 14,14 milhões de toneladas. O volume é 6% maior do que na safra 2013/2014. As comparações são em relação a números da própria consultoria. No país, também há previsão de alta: 4% na área e 9% na produção, com colheita de 94,4 milhões de toneladas da soja.
- A pressão das perdas em Chicago já se reflete por aqui. Mas os preços do milho estão muito baixos. A rentabilidade da soja segue sendo mais atrativa - afirma o analista Luiz Fernando Gutierrez Roque sobre a razão para que os produtores sigam apostando na oleaginosa.
A área de milho no Estado deve ficar 9,8% menor. No país, 2,6%. Claro, esse é só um indicativo. Até o início do plantio, o cenário ainda pode mudar.
Outras estimativas devem sair mais adiante - a Emater, por exemplo, divulga o primeiro levantamento durante a Expointer. A Companhia Nacional de Abastecimento apresenta a projeção para a safra de verão a partir de outubro. Por enquanto, segue sendo difícil não ceder à tentação da soja.