O grande impacto da tão falada supersafra gaúcha, que alcançou recordes 30,7 milhões de toneladas de grãos neste ano, chegará à economia gaúcha nos resultados do segundo trimestre. Nos meses de abril, maio e junho ocorre a venda de 45% da soja e do milho colhidos no Rio Grande do Sul, conforme levantamento da assessoria econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). No primeiro trimestre, esse volume é menor: 19%. A proporção se repete na comercialização do arroz: 33% no segundo trimestre e 20% no primeiro.
Nem por isso o resultado do crescimento dos três primeiros meses de 2014 - 3,2% na comparação com igual período do ano passado - deixou de mostrar a força do setor. Pelo contrário. A agropecuária cresceu 6,4% no período, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Mas é importante ressaltar que esses números ainda trazem um rescaldo do bom resultado colhido nos campos do Rio Grande do Sul em 2013.
- O PIB mede as coisas no ano civil, a agricultura trabalha com o ano-safra - lembra Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.
É isso que ajuda a explicar por que o desempenho da economia gaúcha no primeiro trimestre ficou acima do crescimento no mesmo período do ano passado. No início de 2013, ainda se negociava a produção de 2012, ano em que o clima provocou grandes perdas para os gaúchos. Da mesma forma, no começo deste ano ainda estava sendo negociada a produção de 2013, que foi de safra cheia, como se diz no setor.
Outro efeito relacionado ao bom resultado do campo aparece também no segmento de serviços, que cresceu 3,1%. O avanço foi puxado pela alta de 8,3% no transporte, item que contempla o escoamento da produção e também a armazenagem de grãos.