Com uma parcela da safra passada ainda por vender e outra do novo ciclo sendo semeada, produtores gaúchos de trigo buscam medidas para garantir a conversão da produção em renda. No tempo presente.
A briga para que o governo federal não reedite medida de isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) é a bandeira possível neste momento do calendário agrícola. A Câmara de Comércio Exterior irá discutir o assunto em reunião deste mês.
- Existe um problema ainda não solucionado, da venda de cerca de 800 mil toneladas de trigo gaúcho. Gostaria de um mecanismo que pudesse segurar a isenção da tarifa - afirmou Carlos Sperotto, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Quem ouviu o recado em alto e bom som foi o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, que veio à Capital para debater assuntos relacionados ao trigo. A pressão para a derrubada da TEC existe, já que o Nordeste precisa entre 1 milhão e 1,3 milhão de toneladas para atender à demanda da indústria.
E a longa distância até a região do sul do país, torna inviável a logística de venda do produto gaúcho para lá.
- Se for necessário isentar, que seja de uma forma que não prejudique o estoque do mercado interno - disse Paludo, garantindo que o ministério é contra o prolongamento da isenção, como ocorreu no ano passado.
No quintal de casa, outra ação para ajudar o trigo gaúcho é a redução da alíquota de ICMS nas vendas interestaduais - o pedido é de 8% para 2%. A decisão está nas mãos do governador Tarso Genro, que recebe hoje nota técnica da Câmara Setorial do Trigo, com parecer favorável.
A revisão das planilhas da Conab de custo de produção e o efeito sobre o preço mínimo terão de esperar. Como Paludo antecipou à coluna, as mudanças só irão valer na safra do ano que vem.
Serão ajustes em itens como o que mede o impacto da tecnologia e o acompanhamento dos dados levantados com produtores. Há pressa para rever esses parâmetros, já que as definições do ciclo de inverno de 2015 começam a ser desenhadas em outubro deste ano.