Reivindicando acesso à internet na roça, segurança jurídica para a terra e melhor preço da produção, agricultores familiares de todos os cantos do Rio Grande do Sul reúnem-se, na manhã desta terça-feira, em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, para o 20º Grito da Terra Brasil. O evento é organizado há duas décadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), ligada à Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS).
O movimento ocorre em 18 Estados. Nesta terça-feira, há uma negociação em Brasília e, no Rio Grande do Sul, pelo menos 4 mil agricultores devem sair em passeata até o Palácio Piratini ao meio-dia, para encontro com autoridades estaduais. Há duas semanas, foi entregue a pauta de reivindicações.
- Temos de deter o êxodo rural dos jovens. Entre as 376 mil propriedades rurais familiares, pelo menos 102 mil não têm sucessor - afirma o presidente da Fetag, Elton Weber. - Os nossos jovens têm o direito de se conectar ao mundo. Temos tecnologia para fazer isso - complementa.
Na questão jurídica, Weber diz que a principal preocupação é a disputa que envolve agricultores e indígenas:
- Imagina: tu estás na tua propriedade, batem na tua porta e dizem que a terra pertence aos índios. Defendemos e reivindicamos que governo reveja esse programa.
Os agricultores familiares pedem "maior justiça" nos preços referentes a sua produção, como leite, suínos e aves.