Considerada um dos principais gargalos da infraestrutura no campo, a armazenagem de grãos deverá ganhar novo impulso no Plano Safra 2014/2015, a ser lançado pelo governo federal no primeiro semestre. Com o esqueleto do programa em formulação no Ministério da Agricultura, o novo titular da pasta, Neri Geller, promete mais recursos para aumentar a estocagem. Lançado em julho de 2013, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), conforme o ministro, demorou para "deslanchar" devido à necessidade de organização dos agentes financeiros.
Consolidado, o PCA tem outros dois entraves para começar de fato a fazer diferença na capacidade de estocagem no Estado - estimada em 4 milhões de toneladas. Um desses pontos é a demora na liberação de licenciamentos ambientais.
- Para projetos maiores, que dependem de licenças estaduais, a espera pode chegar até um ano - aponta Fabiano Casiraghi, gerente de operações rurais do BRDE no Estado.
Em 2013, a instituição financeira encaminhou R$ 150 milhões em projetos para estocagem.
- A tendência é de superar o valor de financiamento do ano passado, levando em conta o aumento da procura por parte dos produtores - completa.
Aumentar a armazenagem de grãos, no ano que Rio Grande do Sul deverá ter uma nova safra recorde, exige ainda ampliação da produção de silos.
- A indústria não tem conseguido fornecer antes de 90 dias. O fluxo de pedidos é puxado por colheita cheia e bons preços - destaca Tarcísio Hübner, superintendente do Banco do Brasil no Estado.
De julho do ano passado até meados de fevereiro, a instituição liberou R$ 50 milhões do PCA, programa com juro anual de 3,5% e 15 anos para pagar. Outros R$ 100 milhões aguardam liberação de crédito.
A busca por financiamentos impacta diretamente a indústria. Uma das principais fabricantes de silos do país, a Kepler Weber anunciou ontem que a receita líquida do segmento de armazenagem cresceu 53% em 2013 em relação ao ano anterior.