A experiência acumulada ao longo de 30 anos como produtor rural dá ao novo ministro da Agricultura, Neri Geller, a segurança para falar de temas pertinentes ao setor. Produtor de soja e de milho no município de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, ele conhece de perto os gargalos que fazem os resultados da produção ficarem pelo caminho.
- Eu sei o prejuízo que a falta de logística causa ao país - assegurou o recém-empossado ministro em entrevista ao Informe Rural.
Mas para administrar um latifúndio do tamanho do Ministério da Agricultura, o gaúcho natural de Selbach também sabe que precisará contemplar outras demandas. Três grandes frentes de ação devem concentrar os esforços de Geller. A primeira é a reestruturação da defesa agropecuária, com a criação de um grupo de trabalho conectado à iniciativa privada.
- Quero me aproximar dos fiscais - completou.
No ano passado, a indicação de Rodrigo Figueiredo para a secretaria de defesa - feita por Antônio Andrade - acabou deflagrando uma crise e levou à mobilização nacional da categoria.
As outras duas ações que devem ganhar atenção especial referem-se à busca por novos mercados para os produtos brasileiros e a reorganização do departamento de logística.
Sobre o corte no orçamento da pasta, que encolheu de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,8 bilhão, Geller não se mostra intimidado: o segredo será "eleger prioridades e direcionar melhor os recursos".
E para os produtores gaúchos, o novo ministro reforça posições já anunciadas anteriormente: tanto o arroz quanto o trigo terão seus preços mínimos reajustados.
- Estamos trabalhando para que o novo valor mínimo do trigo seja aprovado. Isso tem de sair até o final do mês - afirma, acrescentando que o reajuste pode ser definido ainda nesta semana, caso ocorra reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional.