Com reunião da Câmara Setorial do Trigo marcada para a próxima semana em Brasília, cresce a expectativa dos produtores gaúchos por uma definição sobre o reajuste no preço mínimo do cereal. O pedido é para que o valor da tonelada da variedade tipo pão passe dos atuais R$ 531 para R$ 635.
No ano passado, as políticas públicas para as culturas de inverno foram anunciadas durante a Expodireto, em Não-Me-Toque. Também lá foi comunicada a alteração nos valores mínimos.
Enquanto se espera o anúncio, a venda da atual safra gaúcha apresenta leve melhora no quesito evolução. Depois de uma arrancada difícil e da demora que trouxe preocupação ao setor justamente no ano em que o Estado produziu volume recorde de 3,17 milhões de toneladas, o ritmo de comercialização teria melhorado em fevereiro, conforme o coordenador da Câmara Setorial do Trigo do Estado, Aureo Mesquita. Até o último dia 17, segundo dados da Secretaria da Fazenda, 1,04 milhão de toneladas haviam sido vendidas para outros Estados.
- A tendência era fechar o mês de fevereiro com 1,2 milhão de toneladas negociadas em vendas interestaduais - diz Mesquita, que nesta sexta-feira deve ter à mão os dados consolidados.
Há ainda as compras dos moinhos gaúchos. Cerca de 700 mil toneladas já foram adquiridas. Como a estimativa do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado é de que, no total, sejam consumidas entre 1,2 milhão e 1,3 milhão de toneladas, restariam ainda outras 600 mil toneladas a serem negociadas.
- Deu uma recuperada, mas ainda temos um ritmo lento de venda - avalia Tarcísio Minetto, economista e superintendente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado, que na última semana tratou do tema com representantes do setor.
Presidente da comissão de trigo da Federação da Agricultura do Estado, Hamilton Jardim concorda: a velocidade ainda é baixa, mas apresenta pequeno sinal de recuperação. O alento poderá vir do mercado: os preços não devem chegar ao recorde de 2013, mas ainda podem subir. Resultado de uma equação que envolve Paraná, com quebra de safra, Paraguai, que não está exportando trigo, e Argentina, tradicional fornecedor que está com dificuldades para liberar as 1,5 milhão de toneladas prometidas.