Aves estão entre as preferências dos brasileiros à mesa natalina. As compras desse alimento costumam ter aumento de 10% no período de final de ano. Mas um fantasma ronda a produção de frangos - sim, porque embora tenham diferentes nomes comerciais, à exceção do peru as demais aves natalinas são frangões. É a imagem de que a indústria apela aos hormônios para dar conta do volume e da velocidade exigida para colocar mais cedo o produto no mercado. A preocupação motiva ações de esclarecimento de entidades do segmento.
Pesquisa da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) apontou que 72% da população teme que sejam usados hormônios na produção de frango. Para o presidente da entidade, Francisco Turra, as pessoas se assustam com o crescimento rápido e acabam fazendo essa associação. Houve uma redução considerável - cerca de dois terços - no tempo necessário para levar as aves ao abate. Enquanto no passado se demorava até 120 dias, hoje os animais são encaminhados ao abatedouro com entre 42 e 45 dias. O período pode variar um pouco conforme o tipo de ave.
- A presença do hormônio nas aves é um mito. Houve forte investimento na tecnologia e na pesquisa. Foi o manejo nutricional e sanitário que diminuiu esse tempo de abate - garante Turra.
Com essa mudança, a aplicação de hormônios seria inviável, já que o uso do recurso via ração só começaria a fazer efeito após 60 dias. Há ainda outro argumento, confirmado por Ana Lúcia Viana, chefe de inspeção de carne de ave e ovos do Ministério da Agricultura. As amostras analisadas pelo governo não têm histórico de registro do hormônio. Esse recurso, vale lembrar, é proibido pela legislação.
- Todos os importadores de carne de frango brasileira também têm rígidos controles - sustenta o presidente da Ubabef, acrescentando que, do ponto de vista de negócio, o uso do aditivo também não seria nada interessante.