A possibilidade de reduzir ainda mais o percentual do ICMS na venda de trigo gaúcho para outros Estados, chegando a 6% - metade dos originais 12% cobrados -, não é descartada. Perguntado nesta quinta-feira sobre o assunto, o governador Tarso Genro afirmou:
- Não estamos vetando a possibilidade de chegar a 6%. Mas temos de tomar essas medidas analisando toda conjuntura e verificando o equilíbrio para o Estado. Mas há possibilidade.
No ano em que o Rio Grande do Sul colheu a maior safra de trigo da história, a preocupação com o escoamento da colheita vem crescendo. A estimativa do superintendente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS), o economista Tarcísio Minetto, é de que até o momento menos de 20% da produção gaúcha de quase 3 milhões de toneladas tenha sido negociada.
- Com o cenário que se tinha, de oferta escassa, a expectativa era de uma liquidez grande - afirma Minetto.
Na prática, não é o que tem ocorrido. Com os moinhos sem previsão de compra, as cooperativas não têm para quem oferecer o produto. Há um risco de que a safra fique acumulada nos armazéns até precisar abrir espaço para a colheita de verão, obrigando a venda a qualquer preço.
No mês passado, atendendo a um pedido do setor, o governo anunciou a redução do ICMS cobrado nas vendas para os Estados de Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Nesta semana, incluiu Santa Catarina na lista.
O que as entidades ligadas ao agronegócio alegam é que o impacto da redução para 8% - patamar atual - não tem sido grande, já que há locais em que a alíquota é menor ou até zerada. Para Minetto, o ideal é que a taxa fosse entre 2% e 4%. Mas na opinião do economista, outra medida, do governo federal, agrava a situação:
- A pior coisa foi a manutenção da isenção da Tarifa Externa Comum.