Com 70% do PIB oriundo do agronegócio, Cruz Alta vê sua economia crescer puxada por lavouras de alta produtividade, serviços de armazenagem e transporte - além do comércio de insumos e indústrias de beneficiamento. Destino estratégico de empresas do setor na região, tornou-se referência em investimentos em irrigação e silos para estocar a safra.
- Temos centenas de silos sendo construídos de forma simultânea e a maior área irrigada do Estado - diz o secretário municipal de desenvolvimento econômico, Francisco Noronha Neto.
Entre as fontes de renda do município está também o transporte de parte da safra de soja. Conforme a prefeitura, 67% do grão enviado para Rio Grande neste ano foi embarcado ou passou por Cruz Alta, por estradas e ferrovias.
- Isso movimenta desde cerealistas e corretoras de grãos até serviços de logística e comércio em geral - ressalta Neto.
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Não é à toa que as áreas de terra no município estão entre as mais valorizadas do Estado, com um hectare custando até R$ 60 mil. Com quase 70 mil habitantes e PIB per capita de R$ 27 mil (na época do estudo, 2010), tem cinco instituições de Ensino Superior e dois hospitais regionais.
Ainda sem vocação industrial, Cruz Alta consegue fazer com que a renda aumente na mesma velocidade de grandes cidades com profissionalização e modernização da atividade agrícola. Engenheiro agrônomo, Juarez Durigon Lemes, 53 anos, alia o cultivo de 950 hectares à armazenagem da safra de 40 agricultores.
- Ter onde estocar os grãos é um dos principais gargalos da agricultura,- conta Lemes.
Com capacidade estática de 150 mil sacas de grão, a Casa Branca Cereais, de Durigon, tem 16 funcionários que moram na propriedade - vivem em três casas e se alimentam em refeitório com nutricionista.