Com a recém-autorizada repactuação das dívidas de programas de armazenagem, feitas há mais de 30 anos por cooperativas brasileiras, abriu-se um espaço extra para guardar grãos. A iniciativa beneficia mais de 70 cooperativas no país - 17 no Estado.
Eram instituições que, por conta dos débitos, estavam impedidas de trabalhar para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). E, a partir de agora, credenciam-se novamente para receber volumes. A medida abrange, no Rio Grande do Sul, um grupo responsável por cerca de 15% do capacidade de armazenagem das cooperativas - que, por sua vez, guardam 70% da safra gaúcha.
- Temos armazém sobrando no Estado - argumenta Vergilio Perius, presidente do Sistema Ocergs/Sescoop do Estado.
Diante do cenário atual, com estímulo para armazenagem própria e problemas pontuais que deixaram agricultores receosos de confiar a guarda de suas safras, cooperativas buscam formas de continuar atraindo parceiros. A possibilidade de guardar a produção na condição de armazém geral - com o agricultor livre para negociar a safra - é uma delas.
Outra proposta que deve ganhar força é a fidelização dos sócios, por meio de contratos.
Atualmente, segundo o Sistema Ocergs/Sescoop, cerca de 170 mil produtores recebem assistência técnica via cooperativas, com investimento anual de cerca de R$ 500 milhões.
Esses e outros desafios do setor, cujo faturamento anual chegou a R$ 29 bilhões no ano passado, estarão na pauta do 3º Encontro de Presidentes e Executivos de Cooperativas nesta semana, nos dias 8 e 9, em Caxias do Sul.
Também lá, o Rio Grande do Sul, primeiro no ranking nacional, com 1.033 cooperativas registradas (entre cadastro ativo e inativo) e 2,3 milhões de associados, abre caminho para debater o papel da gestão nas entidades.