A julgar pelo clima da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, a briga pela melhor fórmula para o desenvolvimento da produção do leite no Estado vai esquentar ainda mais. Com representantes do governo, da indústria e dos produtores, o debate deu espaço para argumentos de todos os lados e teve momentos em que os ânimos se acirraram.
- Por que o dinheiro privado tem de passar por um fundo público? Queremos a participação do governo, mas a gestão deve ter o dinamismo da iniciativa privada - disse Wilson Zanatta, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat) e do Conseleite.
Por enquanto, nenhuma das partes envolvidas na discussão está disposta a ceder. O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, descarta, neste momento, a possibilidade de que o regime de urgência do projeto venha a ser derrubado.
- Vocês não entenderam nada - interrompeu. - O projeto já foi retirado da Assembleia em junho para ser melhor discutido. Fizemos dezenas de reuniões e não houve acordo - afirmou, em referência à primeira versão.
Na nova redação, alterou-se a fórmula de contribuição, que inicialmente previa também uma parcela a ser paga pelo produtor. Duas emendas sugeridas durante encontro de ontem, contudo, poderão ser acrescentadas ao texto. Uma prevê que a contribuição a ser dada pela indústria e pelo governo só comece a ser feita quando o Instituto Gaúcho do Leite estiver instalado e com projetos elaborados. A outra propõe que se faça uma melhor equalização dos integrantes do conselho deliberativo do fundo, já que no atual formato entidades de pesos diferentes têm igual representação.
A partir da próxima terça-feira, o projeto do fundo e o que institui o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Prodeleite) começam a trancar a pauta. Até lá, seguem as negociações nos bastidores.