O governo do Estado recuou na ideia de tornar a rastreabilidade bovina uma obrigatoriedade e retirou da Assembleia Legislativa o projeto que já estava tramitando sobre o tema. Agora, a promessa é primeiro ampliar o debate para, só depois, reapresentar a proposta.
- Na marra, não funciona. É melhor recuar agora e dar dois passos para a frente mais tarde. Temos de acertar o tom - reconheceu o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, no lançamento da 80ª Exposição Agropecuária - Farm Show 2013 pelo Sindicato Rural de Dom Pedrito, em Porto Alegre.
A retirada do projeto foi anunciada durante o lançamento do evento, e a polêmica foi alimentada pelo próprio presidente do sindicato, José Roberto Pires Weber. Depois que o líder do setor declarou ser favorável à medida do governo, o que menos se falou durante o almoço foi sobre a Farm Show.
Mais uma vez, Weber bateu de frente com a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), representada no evento pelo presidente da comissão de exposições e feiras da entidade, Francisco Schardong.
O executivo da Farsul assegurou que 136 sindicatos rurais são contra a medida - da forma como foi apresentada pelo governo.
Schardong alega que o brinco, puro e simples, é apenas uma identificação:
- Rastreabilidade implica saber por onde o gado passou, o que comeu e outras informações. Isso tem custo. E não é apenas identificando que ganhamos mercado nem evitamos abigeato.
Já Mainardi defende a ideia com os exemplos de Uruguai e Santa Catarina, que têm sistemas de rastreabilidade geral do gado e, por isso, contam com vantagens para exportar.
O secretário não descarta a hipótese de reapresentar o projeto ainda este ano. Pela polêmica gerada até agora e pelas arestas que ainda têm de ser aparadas, porém, isso parece bastante improvável.