Nas lavouras, a agricultura de precisão é empregada por produtores gaúchos que buscam garantir bons resultados. Com o avanço da soja sobre os campos, especialistas afirmam que é preciso investir também na pecuária de precisão para garantir o espaço - e a qualidade - da atividade. A prática é entendida de diferentes maneiras e pode ajudar a garantir eficiência, com índices reprodutivos bem acima da baixa média estadual. Pastagens feitas com forrageiras de qualidade, adubadas, metas e prazos precisos, tudo dentro da integração das lavouras com a criação de gado. Essa é a pecuária de precisão, no entendimento de Gedeão Pereira, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Na propriedade dele, em Bagé, a área cultivada com soja aumentou 50% neste ciclo em relação ao período anterior. Esse "aperto" de área da pecuária exige ajustes, com o estabelecimento de prioridades.
- Nos últimos anos, a soja veio com tudo na nossa propriedade e eu nunca produzi tanto terneiro na vida - afirma o zootecnista Marcelo Xavier, sócio-proprietário da Agropecuária Sereno.
De administração familiar, a marca tem duas propriedades - uma em Santa Maria e outra em São Sepé. A soja, que começou a ser cultivada em cem hectares, hoje ocupa 1,2 mil hectares.
E com a ajuda do grão, que no inverno dá lugar à pastagem, Xavier reforçou a alimentação das vacas no momento mais necessário. O resultado foi um índice de 90% de prenhez.
- Montei um calendário rígido com metas a serem cumpridas - completa o zootecnista, sobre seu modelo de pecuária de precisão.
Professor do departamento de zootecnia da UFRGS, José Fernando Piva Lobato tem provocado discussão sobre a relação soja versus pecuária, por meio do fórum De Onde Virão os Terneiros?, promovido pela Farsul, que ocorre nesta terça-feira em Santa Maria.
- A pecuária de precisão é uma conjugação de fatores técnicos que levam ao aumento de produtividade - pondera Lobato, adiantando a discussão que será trazida ao evento pelo especialista uruguaio Fabio Montossi.