Tão tradicional como o chimarrão é a fama do gaúcho de brigar por seus ideais ou seja, de cultivar a boa e velha peleia. É por isso que o Sindicato da Indústria do Mate no Estado do Rio Grande do Sul (Sindimate) deflagra, no final do mês, uma nova incursão na capital federal em busca da tão almejada isenção de tributos leia-se PIS/Cofins. Na prática, o impacto de uma medida como essa poderia levar a uma redução entre 4% e 5% no valor do produto. No mínimo dos mínimos, faria com que o preço ao consumidor subisse menos, avalia o presidente da entidade, Alfeu Strapasson.
Pode parecer pouco, considerando que a alta acumulada em 2013 é de 31%, mas já poderia ser - desde que efetivamente chegue às prateleiras - um alívio no bolso do consumidor, sem necessariamente implicar uma diminuição no preço pago ao produtor.
O primeiro round dessa batalha pelo benefício fiscal levou cerca de três anos e terminou no mês passado, quando a presidente Dilma Rousseff vetou a emenda da Medida Provisória 609 que concedia a isenção à produção da erva-mate.
Agora, conforme o assessor jurídico do Sindimate, Jorge Gustavo Birck, o objetivo é buscar uma medida provisória que conceda isenção ou convencer o governo a aprovar emenda que venha a ser sugerida pelo Congresso.
Para isso, uma série de reuniões está sendo agendada para o dia 26, a principal com o Ministério da Fazenda, cuja avaliação é sempre decisiva na hora das desonerações. Representantes dos sindicatos da indústria de mate de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul - principais produtores - também se juntarão à causa desta vez.
- A ideia é tentarmos uma audiência com a própria presidente - diz Strapasson.
Essa batalha, porém, não exclui a necessidade de dar continuidade às políticas de incentivo à produção. Diante da demanda crescente, é só com oferta maior do produto - ingrediente de um dos mais tradicionais hábitos do gaúcho - que poderá se fazer frente à elevação de preços. Que ultrapassa, de longe, o compasso da inflação.