Com uma oferta enxuta dentro e fora do país, o frango promete se transformar em produto disputado neste final de ano nas gôndolas de supermercados. A baixa no alojamento de matrizes e o aumento sazonal da demanda são dois dos motivos que levam a essa previsão.
-Não haverá excesso de oferta, de produção - completa o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra.
Embora a entidade não trate sobre especulações de preço, a lógica do mercado determina que quando há pouca disponibilidade do produto e procura elevada, os preços sobem.
Esse mercado mundial mais ajustado é efeito da readequação da produção de aves, que no ano passado, enfrentou uma grave crise por conta das altas no preço de milho e soja, ingredientes fundamentais para a ração dos frangos.
O resultado das exportações brasileiras no primeiro semestre deste ano, apresentado ontem em Porto Alegre, evidencia esse cenário, com a recuperação tardia das perdas enfrentadas em 2012, como observa o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin. A receita com as exportações da avicultura cresceu 5,5% entre janeiro e junho, somando US$ 4,38 bilhões, enquanto o volume embarcado caiu 5,7%, somando 1,98 milhão de toneladas. Nos embarques de frango, a alta na receita foi ainda maior: 7,2%, somando US$ 4,09 bilhões.
Para o segundo semestre, os números poderão ganhar reforço de novos mercados. Nos próximos 20 dias, o México deve se manifestar a respeito da abertura - o Brasil aguarda uma resposta sobre o certificado sanitário. Duas plantas localizadas em Santa Catarina estão habilitadas para os embarques.
Também pelo direito de disputar mercado, a Ubabef vai comprar briga, via Organização Mundial do Comércio (OMC), com a Indonésia, uma das grandes populações à qual o frango brasileiro ainda não chega, afirma Turra.
A entidade solicitará ao governo brasileiro que peça à OMC análise de barreira do país asiático. A ordem do dia é, mais do que conquistar novos consumidores, apostar cada vez mais em produtos mais valorizados.