O agro é forte, mas pode ser ainda mais. Para isso, alguns desafios precisam ser superados e outros mais debatidos pelo setor, entre eles a competitividade, sucessão, assistência técnica, desburocratização e abertura da população urbana para um debate transparente, com base em ciência. Com o intuito de fomentar esse amplo debate, o painel A Força do Agronegócio foi realizado na Expointer 2019, na Casa da RBS. O evento mediado por Laila Pinheiro, head de relações externas da Syngenta, contou com as participações da deputada estadual Silvana Covatti, da pesquisadora e engenheira agrônoma Ingrid Arns, do vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Nestor Bonfanti, e do deputado federal Alceu Moreira, Presidente da FPA – Frente Parlamentar Agrícola.
A agricultura tradicional, além de ter conexão direta com a saúde econômica do Rio Grande do Sul, tem forte ligação com a rotina das cidades, uma vez que produz em escala os alimentos servidos à mesa diariamente. Trazendo esse contexto, Laila abriu a discussão lembrando do quão importante é ter a oportunidade de expor e debater temas que caracterizam a rotina do agronegócio, permeada por importantes desafios incluindo o de ser um dos maiores propulsores de boas práticas sustentáveis. Ainda que haja um caminho a se percorrer no reconhecimento desse esforço.
De acordo com Moreira, “a grande praga que acomete o agronegócio, atualmente, é a desinformação”:
– Ouvir que nós, que exportamos para mais de 160 países, estamos colocando veneno no alimento, é lamentável. É necessário evoluirmos em um debate baseado em ciência, de modo que se reconheça todo o esforço e seriedade que estão por trás das mesas fartas.
Bonfanti salientou o papel fundamental dos produtores rurais no que toca o desenvolvimento local e regional. Ressaltou, também, que hoje a agricultura familiar produz, basicamente, 70% do alimento brasileiro, o que torna o debate entre produtor e consumidor cada vez mais importante:
– É preciso desmistificar diversas questões ligadas a quem produz alimento. Há que se entender, com urgência, que nenhum agricultor aplica agroquímicos em suas lavouras porque quer, porque acha bonito. A utilização se faz necessária para que se controle pragas e doenças, de modo a manter a produção sustentável.
Entre os temas que contribuem diretamente para o contínuo fortalecimento do agro no estado e no país, a sucessão no campo também foi destaque ao logo do painel. Ingrid expôs sua trajetória como filha e neta de produtores rurais e contou sobre a intensa relação que tem com a agricultura. Além disso, tratou da sucessão das próximas gerações no campo, que deve agregar modernização por meio da digitalização, bem como solidificar o papel da mulher na gestão de lavouras produtivas.
Em linha a falas anteriores de seus colegas de painel, Ingrid corroborou:
– O maior desafio é justamente fazer chegar a informação correta para quem não atua no agro. E eu entendo que é nosso dever atuar para que haja debate e comunicação transparente. Mostrar para a população que produzimos comida saudável, que temos toda capacidade de oferecer um bom produto e que é de nosso interesse produzir com respeito ao meio ambiente.
A deputada Silvana, que ao longo de suas falas deixou claro o reconhecimento latente sobre a importância da agricultura sustentável para o estado, tratou também sobre a coexistência entre a prática e o atendimento às normas ambientais, enfatizando que direciona seus esforços para que produtores possam prosperar com responsabilidade:
– Procuramos atentar à relação entre o desenvolvimento da agricultura e do estado gaúcho, pois é ela que está movendo, cada vez mais, o Estado. Dito isso, entendemos que nosso apoio deve ser direcionado aos produtores, para que continuem lutando com vistas a produtividades sustentáveis.