Extinto em 2019, o horário de verão voltará a ser debatido pelo governo federal. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou, na última quinta-feira (12), que pesquisas demonstram que os efeitos da medida são positivos para diversos setores econômicos do país. Mas, na prática, os impactos são mais perceptíveis na rotina das pessoas, segundo Rodrigo Blasckesi Fernandes, geógrafo e professor da Escola de Aplicação Feevale.
O que muda com o horário de verão no Brasil?
A principal delas é em relação à quantidade de horas de sol de cada dia. Com o horário de verão, os relógios no Brasil são adiantados em uma hora, entre outubro e fevereiro. Essa mudança faz com que o amanhecer e o pôr do sol ocorram mais tarde, alterando o padrão de sono e a rotina das pessoas.
— No verão, sem o horário de verão, costuma amanhecer às 5h e anoitecer às 19h, então são 15 horas de luz solar. Com o horário de verão, a questão natural não muda, são as mesmas 15 horas de luz solar. O que muda é a nossa percepção — explica Fernandes.
Isso porque, com os relógios adiantados, anoitece mais tarde, criando a sensação de dias mais longos. Mas o que determina a duração dos dias e das noites são as estações do ano.
O equinócio de primavera, fenômeno que marca o início da estação, ocorrerá em 22 de setembro. Durante o fenômeno, a incidência de luz solar será igual para os hemisférios Sul e Norte. Assim, o dia e a noite terão o mesmo tempo de duração.
Depois disso, os dias começam a ficar gradativamente mais longos, até chegar o solstício de verão, em 21 de dezembro, quando é registrado o maior número de horas de luz solar.
Efeitos dos relógios adiantados
Instituído pela primeira vez pelo então presidente Getúlio Vargas, entre outubro de 1931 e março de 1932, o horário brasileiro de verão funcionou de forma contínua entre 1985 e 2019. O sistema foi revogado pelo governo de Jair Bolsonaro, alegando pouca efetividade na economia.
De acordo com o professor Rodrigo Blasckesi Fernandes, estuda-se voltar com a medida porque, mesmo que pequena, a economia de energia provocada pode fazer diferença em um período de seca nas regiões dos principais reservatórios do país.
— Supondo que anoiteça às 19h e as pessoas vão dormir às 23h, são quatro horas de consumo de energia: com a luz ligada, usando chuveiro e eletrodomésticos. Com o horário de verão, conseguimos atrasar esse pico de consumo em uma hora — destaca.
A volta do horário brasileiro de verão divide opiniões e foi tema do Conversas Cruzadas de sexta-feira (13). Confira o debate aqui: