O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou, na última quinta-feira (13), que a volta do horário brasileiro de verão é “uma possibilidade real”. Contudo, o titular da pasta disse que a medida não pode ser tomada de maneira precipitada, devido às implicações no cotidiano da população.
O mecanismo, quando criado, teve como objetivo reduzir o consumo de energia elétrica. Silveira declarou, também, que pesquisas demonstram que os efeitos são positivos para diversos setores econômicos do Brasil. O ministro acredita que a economia gerada é importante para reduzir o despacho de usinas térmicas nos horários de pico de consumo.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) defende a retomada da medida, que, na visão deles, estimula uma maior movimentação de pessoas em estabelecimentos comerciais. Em bares e restaurantes, por exemplo, a entidade estima que o horário de verão possa elevar o faturamento em até 15%.
O professor de Engenharia Elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Fabio Raia, acredita que a preocupação do governo tenha relação com o cuidado para que não ocorra a falta de energia e também a preocupação com a seca que o país enfrenta.
— Acredito que colabora para o país, mas poderia ser melhor estudada uma alternativa. Existe uma concepção de economia, mas o valor é irrisório diante ao transtorno gerado. No balanço monetário, não há uma grande diferença. Falamos de milhões, não de bilhões — disse à coluna.
O professor reconhece que há melhorias para o turismo, serviços, comércio e no cotidiano das pessoas, contudo uma campanha de economia de energia, na sua visão, poderia ser mais efetiva.
Histórico
O horário brasileiro de verão foi instituído, pela primeira vez, pelo então presidente Getúlio Vargas, entre outubro de 1931 e março de 1932.
De forma contínua, o sistema funcionou de 1985 até 2019, quando o governo de Jair Bolsonaro decidiu revogá-lo, alegando pouca efetividade na economia energética.
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