Santa Maria, na Região Central, e São Luiz Gonzaga, nas Missões, registraram chuva preta durante o amanhecer desta quinta-feira (12), conforme a Climatempo. Relatado em diferentes municípios gaúchos desde terça-feira (10), há possibilidade do fenômeno ser observado em outras regiões do Rio Grande do Sul ao longo do dia.
A chuva preta é um fenômeno de precipitação em que partículas de fuligem, oriundas da fumaça dos incêndios, participam da condensação do vapor d'água. O avanço de uma frente fria, que ingressou no Estado pela Região Sul, deixa o tempo instável em todas as regiões do RS e abre a possibilidade do evento ocorrer em diferentes municípios nesta quinta-feira.
Em municípios do Extremo Sul e da Campanha, começou a chover na quarta-feira (11). A variação do vento de alta pressão permitiu o avanço da instabilidade sobre outras áreas do Rio Grande do Sul, que tem possibilidade de chuva em todas as regiões nesta quinta-feira. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu dois alertas que apontam "risco potencial" no Rio Grande do Sul, exceto na faixa mais ao Norte, próximo da divisa com Santa Catarina.
— Tem previsão de chuva para todas as áreas do Rio Grande do Sul hoje. O avanço de uma frente deixa o tempo instável, com chuva de moderada a forte intensidade — explicou Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo.
A instabilidade abre a possibilidade da chuva preta ser observada em qualquer município gaúcho, inclusive em Porto Alegre, por exemplo, onde uma leve garoa foi registrada no amanhecer desta quinta-feira. Apesar disso, é difícil precisar em quais regiões o fenômeno ocorrerá, já que os modelos meteorológicos de previsão não levam em consideração a presença de partículas de fuligem na atmosfera, mas o evento poderá ser registrado em todo o Estado, conforme meteorologistas.
— Tem muita fumaça sobre o Rio Grande do Sul, então há possibilidade de ocorrer o fenômeno em todas as áreas — projeta Borges.
Vale ressaltar que a coloração das gotas de chuva não são pretas durante o fenômeno. A chuva preta só pode ser observada quando há acúmulo de água em recipientes como baldes e piscinas, em que a fuligem se concentra ao fundo.
Queda de fuligem
Registrada em São Paulo na tarde de quarta-feira (11), a queda de fuligem é diferente da chuva preta. Neste caso, a grande concentração de fumaça sobre a atmosfera e o tempo seco favorecem que vestígios das queimadas sejam projetados ao solo.
Devido à instabilidade e ao tempo úmido no Rio Grande do Sul, Guilherme Borges afasta a possibilidade da fuligem cair sobre o Estado.
*Produção: Lucas de Oliveira