Depois dos volumes históricos registrados no Rio Grande do Sul, a chuva deve dar uma trégua para os gaúchos a partir do próximo mês. Especialistas apontam que a aproximação do inverno trará condições para chuva regular e temperatura dentro ou até abaixo da média entre junho e setembro. Com o enfraquecimento do fenômeno El Niño, o Estado entra em um período chamado de neutralidade climática.
De acordo com a Climatempo, na primeira quinzena de junho ainda pode se esperar instabilidade, mas gradualmente isso diminui entre julho e agosto. O inverno começa em 20 de junho e a próxima estação terminará, em setembro, mais seca.
Em um panorama histórico, o mês de junho registra entre 100 e 180 milímetros de chuva, segundo a professora da Faculdade de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Eliana Klering. Os valores são menores no Extremo Sul do RS e vão aumentando à medida em que ocorre o deslocamento para o Norte.
— A média mais alta, de cerca de 180 milímetros, é registrada na região Noroeste. Pelas projeções estatísticas, teremos chuvas em torno desses mesmos volumes, variando proporcionalmente conforme a localização. E as temperaturas ficam levemente acima para o mesmo período do ano, entre 0,4°C e 0,6°C — aponta.
Em Porto Alegre, por exemplo, o mês de junho deve seguir a tendência histórica de 140 milímetros de precipitação. Da mesma forma, a temperatura esperada para o período é de 16°C na Capital e a projeção para este ano é de 16,4°C.
Inverno
Em relação ao frio, a professora Eliana acrescenta que julho e agosto devem seguir com temperaturas próximas da média para o período.
— Em agosto, temos entre 16°C e 18°C, historicamente. A maior anomalia, digamos, é relativa à Zona Sul, Campanha e Fronteira Oeste, onde ficaremos entre 0,4°C e 0,6°C abaixo disso. Já as precipitações mantêm a média, muito influenciadas também pela ocorrência do La Niña — explica.
À medida em que o mês de julho se aproxima, com o predomínio do ar seco e frio, também retorna uma velha conhecida no Estado: a geada. Porém, a especialista destaca que não se prevê uma condição generalizada de frio extremo em todo o inverno. Os episódios devem ocorrer principalmente na Serra, Campanha e Fronteira Oeste. A Climatempo ressalta que as ondas de frio estão associadas ao estabelecimento do fenômeno La Niña.