Estudo elaborado pela Universidade Gutenberg de Mainz, na Alemanha, indica que o verão de 2023 foi o mais quente registrado no Hemisfério Norte em 2 mil anos. A pesquisa, publicada nesta terça-feira (14) pela revista científica Nature, aponta que o último ano teve, pelo menos, meio grau Celsius a mais que o ano de 246, até então o período com temperatura mais elevada.
O trabalho analisou anéis de crescimento das árvores — círculos presentes no tronco que representam a idade da árvore — para estipular a temperatura anual da Terra entre os anos 1 e 1850, época em que não havia instrumentos de medição. A análise indicou que o ano de 246 havia sido o mais quente até 2023.
— Não é surpreendente — disse à AFP Jan Esper, professor de climatologia e principal autor do estudo.
Conforme Esper, 2023 ter sido o verão mais quente dos últimos 2 mil anos é resultado da “continuação do que começamos ao liberar gases de efeito estufa”. Ele salienta que o impacto na temperatura foi potencializado com o uso massivo de combustíveis fósseis desde a era industrial.
O estudo considera uma margem de incerteza com relação aos dados traçados para o período em que não havia medições e leituras instrumentais. Com isso, estima-se que o verão de 2023 possa ter sido até 1,19ºC mais quente que o de 246.