A China suspendeu nesta terça-feira (23) o alerta máximo que havia anunciado por algumas horas para o sul do país devido às ocorrências de chuva torrencial e inundações, que obrigaram mais de 100 mil pessoas a abandonar suas casas. Desde quinta-feira (18), o evento extremo afeta a província de Guangdong, centro industrial do país com 127 milhões de habitantes, o que gerou temores sobre a maior "inundação em um século".
A grande cidade de Shenzhen, com mais de 17 milhões de habitantes e na fronteira com Hong Kong, passou várias horas em alerta máximo, mas após o progresso das condições meteorológicas, a medida foi retirada. Imagens da cidade de Qingyuan, no norte de Guangdong e no delta do rio das Pérolas, mostram um edifício quase totalmente submerso.
A imprensa oficial informou no domingo (21) que mais de 45 mil pessoas abandonaram suas casas em Qingyuan, cidade pela qual passa o rio Bei, um afluente do rio das Pérolas, o terceiro mais longo da China.
A agência estatal de notícias Xinhua informou que 110 mil moradores da província foram realocados desde o início da chuva. Até o momento foram relatadas quatro mortes e 10 pessoas desaparecidas devido às inundações.
Outras possíveis vítimas
Em Foshan, no centro de Guangdong, outras quatro pessoas desapareceram depois que uma embarcação colidiu com uma ponte, um incidente que "poderia ter sido provocado pela inundação", informou a Xinhua. O navio, que transportava quase 5 mil toneladas de aço, colidiu com a ponte Jiujiang e alguns dos 11 tripulantes caíram na água. Sete foram resgatados e quatro continuam desaparecidos.
Nos últimos anos, o país sofreu vários episódios de condições climáticas extremas, de grandes inundações a secas e recorde de calor. A mudança climática provocada pela emissão de gases do efeito de estufa (dos quais a China é a maior geradora) tornam este tipo de evento extremo mais frequente e intenso.
Em setembro, Shenzhen registrou o maior nível de chuva desde 1952, quando estes dados meteorológicos começaram a ser compilados.