Um estudo técnico apontou que a cheia de setembro de 2023 foi a maior já registrada no município de Lajeado, no Vale do Taquari, desde 1873. A pesquisa demonstrou que o evento superou a grande cheia de maio de 1941, considerada a maior do município até então.
O levantamento de dados foi realizado por pesquisadores da Universidade do Vale do Taquari (Univates), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Serviço Geológico do Brasil SGB/CPRM.
Mesmo com a marca, ainda não é possível afirmar que a cheia de setembro tenha sido a maior do rio Taquari em Lajeado, considerando todo o período desde o início da colonização europeia na região, na segunda metade do século 19. Para que isso se confirme, os pesquisadores dependem de uma estimativa mais acurada do nível máximo atingido pelo rio em 1873, em um trabalho já em andamento.
Em 2023, o município de Lajeado foi atingido por duas enchentes, em setembro e novembro. Os eventos causaram impactos significativos entre as cidades de Santa Tereza, na Serra, e Taquari, no Vale do Taquari.
Registros utilizados
A conclusão do estudo está baseada tanto em registros sistemáticos, por meio de dados de postos fluviométricos, como registros não sistemáticos, como marcas físicas do nível máximo atingido pela água em edifícios históricos e fotografias.
Um dos registros levados em consideração foram placas fixadas em um prédio localizado na área considerada inundável, o Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat).
Estudos sobre enchentes
O grupo de pesquisadores que assina o estudo destaca que dados históricos e de longo prazo são importantes para a compreensão das cheias e dos impactos delas para a região ao longo do tempo. A partir de levantamentos como esse, é possível implementar medidas de prevenção e de mitigação de desastres, além de desenvolver planos de contingência e aprimorar políticas de planejamento urbano e regulamentações de construções.
Os resultados obtidos serão apresentados à Administração Pública Municipal e entidades em reunião durante o mês de abril.