Após o alerta feito pelo governador Eduardo Leite e pelo chefe da Casa Militar, coronel Luciano Chaves Boeira, sobre o risco de temporais no RS, diversos municípios de regiões que poderão ser afetadas se preparam como podem. A previsão é que chuva intensa e fortes rajadas de vento atinjam o Estado, entre esta terça-feira (16) e quinta-feira (18).
É esperada instabilidade intensa no Estado nos próximos dias. Chuva forte deve atingir todo o RS nesta quarta-feira. Estado conta com três alertas do Inmet para perigo de tempestade. A projeção do site Windy mostra como a chuva deverá avançar pelo Rio Grande do Sul.
A prefeitura de São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, definiu um plano de contingência em meio a previsão de temporais. O nível do Rio Caí será medido periodicamente. Caso haja elevação significativa, as famílias serão removidas das áreas de risco. A cota de alerta do rio é de 7,5 metros e a de inundação é de 10,5 metros. Segundo a Sala de Situação do RS, o nível do Rio Caí chegou a 2,20 metros nesta terça-feira.
— Estamos aptos a responder de imediato as ações advindas desse evento. Estamos com as secretarias de obras, assistência social e saúde com equipes de prontidão. No primeiro momento nosso trabalho é mitigar esses efeitos agindo na liberação das vias para que haja tráfego normal — garantiu o coordenador da Defesa Civil em São Sebastião do Caí, Ênio dos Santos.
Na mesma região, o prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, informou que as equipes estão de prontidão para auxiliar a população em caso de necessidade.
— Em conjunto com o Corpo de Bombeiros, estamos em alerta. Precisando de ajuda, ligue para o telefone 193 — orientou.
Reuniões de emergência
Em São Leopoldo, no Vale do Sinos, o prefeito Ary Vanazzi coordenou uma reunião de emergência com integrantes do governo municipal para articular medidas de prevenção e planejamento. Ações no sistema de drenagem e proteção contra a cheia do Rio dos Sinos já ocorreram.
— Nossas equipes trabalham intensamente de forma permanente com ações de limpeza e desassoreamento dos canais, como o Arroio João Corrêa, junto à Casa de Bombas do bairro Vicentina. Retiramos muito lixo e pedimos para que a comunidade tome cuidado com o descarte irregular — destacou Vanazzi, lembrando que outras regiões na cidade, como Paim, Nordeste e São Geraldo, estão entre os pontos que mais preocupam.
Da mesma forma, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, se encontrou com integrantes do Comitê Permanente de Atuação em Emergências (Copae) no Centro Administrativo Municipal para discutir as ações. A Defesa Civil pede que a população não transite em locais sujeitos a inundações, enxurradas ou entre em alagamentos formados.
— Queremos ressaltar a governança conjunta com a Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Sala de Situação do RS, Ministério Público e demais parceiros que nos auxiliam com dados para a estratégia das operações — informou Melo.
Equipes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e da CEEE Equatorial deverão priorizar o retorno da energia nas Estações de Bombeamento, evitando a interrupção no abastecimento de água. Entre as regiões consideradas mais críticas para alagamentos, estão o 4º Distrito, e os bairros Humaitá e Cidade Baixa.
Telefones úteis na Capital, em caso de necessidade:
- Defesa Civil - 199
- Prefeitura de Porto Alegre - 156
- EPTC - 118
- Corpo de Bombeiros -193
- Samu - 192
Equipes mobilizadas
No Vale do Taquari, algumas cidades ainda se recuperam das enchentes de setembro e novembro do ano passado, mas continuam convivendo com problemas climáticos. Em Muçum, por exemplo, a prefeitura ainda faz entregas gradualmente de telhas aos atingidos dos episódios de granizo de agosto de 2023. Pela previsão de chuva em grande quantidade nos próximos dias, a Defesa Civil local informa que está em alerta.
Na Região Central, a Defesa Civil de Santa Maria fará monitoramento de áreas de risco próximas aos morros, rios e arroios. Com a ideia de evitar alagamentos, equipes de outras secretarias estarão de prontidão para desobstruir bueiros para aliviar o sistema de drenagem pluvial.
"Viaturas estarão preparadas para isolar as áreas que necessitarem ou para entregar lonas quando necessário, bem como liberar vias que estejam obstruídas por queda de árvores. Caso necessário, serão disponibilizados abrigos temporários para pessoas desabrigadas ou desalojadas" informou em nota o setor de comunicação da prefeitura de Santa Maria.
A Defesa Civil de Bagé, na Campanha, trabalha em conjunto com o Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) para amenizar os impactos. O plano de contingenciamento criado para a tempestade que assolou a cidade em 23 de setembro está mantido desde então, como explica o coordenador do órgão no município, Everton Kaupe:
— Na ocasião, foram 15 mil residências danificadas e já entregamos mais 115 mil telhas. Nunca mais tivemos uma chuva daquele porte, mas nossa equipe está mobilizada com lonas, retroescavadeiras e viaturas, rezando para que o temporal não seja como aquele.
*colaborou: Eduardo Machado