Levar os pets, como cães e gatos, às praias do Rio Grande do Sul que estão registrando focos de influenza aviária (H5N1) em mamíferos marinhos pode representar um risco à saúde dos animais e dos humanos. Por esse motivo, órgãos como o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), da Secretaria Estadual da Saúde (SES), e a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) estão desaconselhando a prática.
A prefeitura de Torres, no Litoral Norte, também publicou no site oficial do município orientações de prevenção após ser confirmado na cidade, na quarta-feira (11), o terceiro foco da doença em mamíferos marinhos no Estado – um leão-marinho testou positivo para o vírus. Antes, já haviam sido confirmados focos em leões e lobos-marinhos encontrados na Praia do Cassino, em Rio Grande, e na praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, no Litoral Sul.
Conforme o diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Marcelo Valandro, o vírus da influenza aviária tem potencial para sofrer mutação e acometer mamíferos, o que explica o aparecimento dos animais marinhos infectados. O risco para os pets se apresenta no momento em que, por exemplo, um cachorro solto na praia encontra uma carcaça ou um animal doente e entra em contato com fluídos, secreções, partículas aerossóis – possivelmente até come o animal morto –, e acaba se infectando também. Contaminado, pode apresentar sintomas gripais e morrer.
— Temos recomendado fortemente que as pessoas tomem conta dos seus animais de estimação para que eles não fiquem andando livremente nessas áreas. Ele pode vir a se contaminar ou ainda carregar secreções desses animais para dentro de casa, representando um risco de contaminação aos seres humanos. Embora seja raro ocorrer a transmissão para os cachorros, já existem relatos na literatura de cães que tiveram influenza aviária. Portanto a gente se preocupa muito — afirma Valandro.
Os casos de influenza aviária em humanos são ainda mais raros que nos pets, ressalta o diretor adjunto, mas para evitar qualquer risco o CEVS orienta as pessoas a não levarem seus animais às praias onde estão aparecendo aves silvestres ou animais marinhos mortos ou sintomáticos da influenza aviária. Também orientam a população a não se aproximar, não mexer, não tentar recolher e ou ajudar os animais, por conta do risco de contaminação.
O alerta principal do Centro Estadual de Vigilância em Saúde vale para as praias onde lobos e leões marinhos costumam ser avistados, mas Valandro ressalta que, em qualquer praia do Estado, não é recomendado se aproximar de animais silvestres mortos ou doentes.
— A gripe aviária é uma doença muito importante do ponto de vista da patogenicidade e da letalidade. A transmissão para humanos é mais rara de ocorrer, mas pode acometer seres humanos e ser uma doença bastante grave. Como precaução, estamos procurando evitar isso da melhor forma possível — afirma o diretor adjunto.
A recomendação, no caso de deparar com uma ave silvestre ou um animal mamífero marinho morto ou doente, é comunicar imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial pelo (51) 98445-2033 ou então a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA) pelo (51) 98593-1288.